Propósito para Quem Não Vive de Luz

julho 29, 2019 | Shaíze Roth
Propósito para Quem Não Vive de Luz
Falar de propósito se tornou meio balela, virou fala "motivacional de coach” na visão de muitas pessoas.
E realmente, muita gente já abandonou o trabalho chato para fazer o que ama, para alguns dá certo, para outros nem tanto.
A verdade é que propósito é dar sentido, e muitas vezes, isso significa enxergar as coisas por uma nova perspectiva, significa mudar como vemos o nosso trabalho, como ele impacta a vida de outras pessoas e como ele traz benefícios para o negócio. Isso passa por fazer algo a mais, ter como foco gerar valor.
Aqui vão dois exemplos do que é mudar de perspectiva em relação a buscar valor e não objetivos:

Profissional de recursos humanos
Foco em objetivo: Completar avaliação de desempenho de 70% dos gerentes.
Foco em valor (gerar benefício): Garantir que 70% dos gerentes recebam feedbacks importantes sobre como trabalhar melhor.

Consultor de vendas
Foco em objetivo: Bater a meta.
Foco em valor: Realizar venda com alinhamento de expectativas, prevenindo problemas futuros.

Como podemos criar valor?
  1. Entender para quem estamos querendo criar valor - o que para o meu cliente, gestor, ou empresa é importante? Curar os pontos de dor do nosso negócio pode ser um bom caminho
  2. Reduzir atividades que hoje geram pouco valor (como encaminhar um relatório que ninguém lê, continuar processos sem sentido sem questionar)
  3. Focar em atividades que são relevantes para o nosso desempenho
  4. Crie um significado pessoal - Um auxiliar de limpeza de um hospital, sentindo-se desmotivado com o trabalho começou a perceber uma necessidade importante, muitos pacientes queriam alguém para ouví-los. Durante a sua ronda de limpeza, ele aproveitava para conversar brevemente com os pacientes. Essa ação o deixava mais motivado, porque a interação era algo relevante tanto para ele quanto para o paciente. Entre outros casos. Isso está relacionado a criarmos uma nova visão do nosso trabalho e pode determinar como nos sentimos em relação a ele.
  5. Criar oportunidades de surpreender - Entre vários casos, ações simples como as do Nubank - encaminhar uma torradeira roxa quando o cliente teve problemas com duplicidade no pagamento, ou ainda em um atendimento descontraído e descomplicado. Outra referência é a Disney, com os bótons de aniversário e as comemorações.
  6. Melhore as coisas que já existem - Quanto do processo que realizamos hoje gera retrabalho? Ou ainda não está ideal? As vezes, fazer o básico. bem feito gera mais impacto, simplificar a jornada do nosso cliente, por exemplo, pode ser algo que será mais valorizado.
  7. Faça suas atividades de forma mais eficiente - Se ainda assim, não der para melhorar processos burocráticos, organize sua rotina para fazê-los de forma mais rápida e mais barata.

Uma coisa é certa, nós gostamos de ser reconhecidos e gostamos de resultados. Nem sempre a gente faz o que a gente ama, mas é possível sim, fazer algo que contribui positivamente. E essa é a principal diferença entre paixão e propósito, que anda distorcida por ai:

Paixão: Fazer o que você ama. O que o mundo pode me dar?
Propósito: Fazer o que contribui. O que eu posso dar ao mundo?

Morten Hansen, fala um pouco sobre isso tudo no seu livro e uma das coisas que ele traz é que o primeiro passo para um caminho de propósito é gerar valor. A segunda etapa é criar um valor pessoal e a terceira é buscar uma missão social. Propósito de verdade, é aquele que gera valor para o negócio, para as pessoas e para a sociedade.

Shaíze Maldonado Roth - Psicóloga Organizacional e Master Coach
Fundadora da Sou - Coaching e Consultoria, bacharel em Psicologia pelo Centro Universitário FSG, Master Coach e Mentora pelo Instituto Holos, Personal, Professional e Leader Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Pós graduada no MBA em Desenvolvimento Humano de Gestores pela FGV. Atua com coaching, desenvolvimento de equipes, lideranças e empreendedores.